segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Maria Eduarda

  
Fechou a porta gentilmente. Como todas as outras vezes. Pegou o carro e percorreu o caminho conhecido há quase duas décadas. Tão real, pateticamente, real. Frio na barriga. Daquela vez não voltaria atrás.

Já havia se desfeito de seus bens. Várias transações de pequeno valor para não levantar suspeitas. Agora poderia sonhar. Estava livre para recomeçar.

Parou e pensou: como se recomeça? Não se nasce de novo, isso eu sei. De onde se recomeça? Devo trocar meu nome também? Não, isso já é insanidade.

Maria Eduarda se dirigia ao aeroporto. No porta-malas do carro alugado, apenas uma valise de mão. Seria tudo novo.
  
 

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